A febre consiste na subida
da temperatura de, pelo menos, 1º C acima da temperatura média habitual da
pessoa. É uma resposta normal do organismo a várias condições, sendo a mais
frequente, a infeção por vírus ou bactérias.
Se considera febre quando
a temperatura corporal é superior a 38º e de febrícula quando oscila entre
37-38º.
A duração do estado febril
é muito variável e é dependente de vários aspetos que tem haver com a idade e o
tipo de infeção. Geralmente o tempo de duração é entre 2 a 3 dias.
O mais importante é tentar
averiguar o motivo da febre, pode ser que tenha sido frio, uma infeção, excesso
de sol, uma alteração de temperatura, etc. O corpo lançou voz de alarme e ativou
o seu plano de defesa.
A estratégia será,
diagnosticar o problema real, ajudar o corpo a regular-se para que a febre
realize a sua função.
A febre não é uma doença,
é uma resposta do organismo a infeções produzidas por microrganismo e vírus.
As funções da febre são as seguintes:
- Criar uma temperatura
corporal que desnatura os vírus e bactérias sensíveis.
- Fazer um chamado ao
sistema imunológico, a imunidade do corpo é ativada pelo aumento da temperatura
assim como o aumento dos glóbulos brancos.
- Aumentar a circulação
sanguínea na zona da infeção, para que haja um maior aporte de glóbulos brancos
para eliminar os microrganismos que intercedem na infeção.
Temperaturas da febre
41º ou mais: febre,
realmente, muito alta.
De 39 a 40º: febre alta.
38 – 39º: febre moderada.
37 – 38º: febrícula.
36´6 – 36,9º: temperatura
normal.
A febre normalmente é desagradável, mas é um recurso de saúde
que o corpo tem para combater os determinados desequilíbrios que levariam a
doenças.
Há uma preocupação com a
febre em crianças, por causa das convulsões febris, ela desencadeia uma reação
convulsiva, e assusta os pais. A convulsão febril não é muito comum, ocorre apenas
em 2% das crianças e até aos 7 anos. Normalmente não ocorrem porque a temperatura
é muito alta, mas sim pela rapidez com que a temperatura sobe, por exemplo a
criança está com 36,5º e em 10 minutos fica com 38º.
Os antipiréticos descem a
temperatura, mas não reduzem a recorrência das crises convulsivas, por isso não
é uma sábia profilaxia.
A febre é uma função
terapêutica, que tem sido reconhecida ao longo da vida e até usada de forma
artificial em tratamentos de patologias, como por exemplo a artrite. Na Hidroterapia
recorre-se a formas de induzir a subida da temperatura no corpo de forma
artificial, em problemas mais sérios de saúde. A sauna é um exemplo.
Um dos aforismos de
Hipócrates diz: “Dá-me uma febre que curarei qualquer doença”.
Uma febre moderada resulta
adequada e não se devia tentar descer de maneira imediata.
Muitos médicos prescrevem
paracetamol alternado com ibuprofeno de 4 em 4 horas, de forma a que a criança
não tenha febre.
Isto acontece porque
considerava-se que a febre tinha riscos, mas “estes riscos” têm gerado muita
controvérsia nos últimos anos. Estudos indicam que quando junto com infeção há
febre, a infeção é solucionada mais rapidamente.
Mostrou-se que a febre é
uma resposta generalizada no reino animal. Com poucas exceções, estes mostraram
febre como resposta ao contato com microrganismos prejudiciais, portanto a
febre é uma resposta adaptativa.
Se o corpo aumenta a temperatura em
determinadas situações, deve haver um motivo importante para tal. Administrar
um antitérmico à criança quando esta está “quentinha” ou sem nem mesmo medir a
temperatura, porque há preocupação em manter
uma temperatura “normal “na criança, é
forçar o corpo a manter uma temperatura baixa, na qual os microrganismos se
propagam, o que vai trazer problemas infeciosos mais à frente.
Um estudo feito no Japão
mostrou que administração de antipiréticos a crianças com doenças infeciosas
pode levar a um agravamento da doença. Muitas vezes anulamos o sintoma e
acreditamos que estamos a controlar a situação e o que ocorre é precisamente o
contrário. Quantas crianças com amigdalite fazem febre e automaticamente é
descida com antipiréticos. O resultado é uma amigdalite que não passa, muitas
vezes toma antibiótico, volta a tomar e não vai embora. Porquê? Porque o
invasor está presente, e o corpo volta a fazer febre e inflamação, para fazer
frente ao microrganismo. Se por outro lado, a febre não for descida para
temperatura normal, mas se mantiver nos 38 a 38,5º, sem a toma de
antipiréticos, esta subida da temperatura vai criar todo um conjunto de
alterações fisiológicas que trata o problema. Temos de acreditar mais no corpo,
na sua biologia, fomos feitos maravilhosamente.
Quando é necessário
recorrer a um médico?
- Em bebés de 0 a 6 meses,
quando a temperatura é 38º ou superior.
- Em bebés ou crianças
muito pequenas que junto com a febre tenham irritabilidade e choros contínuos.
- Em crianças pequenas até
2 anos, quando a febre dura mais de 2 dias.
- Em crianças pequenas com
3 anos em que a febre dure mais que 3 dias.
- Em bebés e crianças que
junto com a febre apresentam sinais de letargia ou dificuldade em ficar
acordado.
- Se o bebé ou a criança
recusar beber líquidos.
- Se aparecerem manchas na
pele ou hematomas.
- Se houver rigidez no
pescoço ou dificuldade em mover o pescoço para cima e para baixo.
- Quando junto com a febre
surgem sintomas incomuns como dor de cabeça muito forte, dor ou rigidez na
parte de trás do pescoço, dificuldade em respirar, dor abdominal, sensibilidade
incomum à luz, erupções cutâneas, confusão mental, ou outro sintoma
inexplicável.
- Sempre que a criança é
pequena e a mãe não se sinta segura com a febre do filho.
Para terminar, quero
salientar que a maioria dos estudos defendem que a febre é um mecanismo
protetor do corpo para combater infeções, no entanto a parte científica
identifica que há uma fobia da febre tanto por parte dos familiares como pela
parte dos profissionais de saúde.
POde ver aqui - Tratamento Natural da Febre
POde ver aqui - Tratamento Natural da Febre
Para quem se interessar em
tomar uma atitude apoiada pela ciência:
Pode ver o que diz o Jama - Jornal de Medicina sobre a febre
Pode ver o que diz o Jama - Jornal de Medicina sobre a febre