quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Febre - uma breve explicação



A febre consiste na subida da temperatura de, pelo menos, 1º C acima da temperatura média habitual da pessoa. É uma resposta normal do organismo a várias condições, sendo a mais frequente, a infeção por vírus ou bactérias.
Se considera febre quando a temperatura corporal é superior a 38º e de febrícula quando oscila entre 37-38º.
A duração do estado febril é muito variável e é dependente de vários aspetos que tem haver com a idade e o tipo de infeção. Geralmente o tempo de duração é entre 2 a 3 dias.
O mais importante é tentar averiguar o motivo da febre, pode ser que tenha sido frio, uma infeção, excesso de sol, uma alteração de temperatura, etc. O corpo lançou voz de alarme e ativou o seu plano de defesa.
A estratégia será, diagnosticar o problema real, ajudar o corpo a regular-se para que a febre realize a sua função.

A febre não é uma doença, é uma resposta do organismo a infeções produzidas por microrganismo e vírus.
 As funções da febre são as seguintes:
- Criar uma temperatura corporal que desnatura os vírus e bactérias sensíveis.
- Fazer um chamado ao sistema imunológico, a imunidade do corpo é ativada pelo aumento da temperatura assim como o aumento dos glóbulos brancos.
- Aumentar a circulação sanguínea na zona da infeção, para que haja um maior aporte de glóbulos brancos para eliminar os microrganismos que intercedem na infeção.

Temperaturas da febre
41º ou mais: febre, realmente, muito alta.
De 39 a 40º: febre alta.
38 – 39º: febre moderada.
37 – 38º: febrícula.
36´6 – 36,9º: temperatura normal.

A febre normalmente é desagradável, mas é um recurso de saúde que o corpo tem para combater os determinados desequilíbrios que levariam a doenças.
Há uma preocupação com a febre em crianças, por causa das convulsões febris, ela desencadeia uma reação convulsiva, e assusta os pais. A convulsão febril não é muito comum, ocorre apenas em 2% das crianças e até aos 7 anos. Normalmente não ocorrem porque a temperatura é muito alta, mas sim pela rapidez com que a temperatura sobe, por exemplo a criança está com 36,5º e em 10 minutos fica com 38º.
Os antipiréticos descem a temperatura, mas não reduzem a recorrência das crises convulsivas, por isso não é uma sábia profilaxia. 

A febre é uma função terapêutica, que tem sido reconhecida ao longo da vida e até usada de forma artificial em tratamentos de patologias, como por exemplo a artrite. Na Hidroterapia recorre-se a formas de induzir a subida da temperatura no corpo de forma artificial, em problemas mais sérios de saúde. A sauna é um exemplo.
Um dos aforismos de Hipócrates diz: “Dá-me uma febre que curarei qualquer doença”.
Uma febre moderada resulta adequada e não se devia tentar descer de maneira imediata.

Muitos médicos prescrevem paracetamol alternado com ibuprofeno de 4 em 4 horas, de forma a que a criança não tenha febre.
Isto acontece porque considerava-se que a febre tinha riscos, mas “estes riscos” têm gerado muita controvérsia nos últimos anos. Estudos indicam que quando junto com infeção há febre, a infeção é solucionada mais rapidamente.
Mostrou-se que a febre é uma resposta generalizada no reino animal. Com poucas exceções, estes mostraram febre como resposta ao contato com microrganismos prejudiciais, portanto a febre é uma resposta adaptativa.

 Se o corpo aumenta a temperatura em determinadas situações, deve haver um motivo importante para tal. Administrar um antitérmico à criança quando esta está “quentinha” ou sem nem mesmo medir a temperatura, porque há  preocupação em manter uma temperatura “normal “na criança,  é forçar o corpo a manter uma temperatura baixa, na qual os microrganismos se propagam, o que vai trazer problemas infeciosos mais à frente.

Um estudo feito no Japão mostrou que administração de antipiréticos a crianças com doenças infeciosas pode levar a um agravamento da doença. Muitas vezes anulamos o sintoma e acreditamos que estamos a controlar a situação e o que ocorre é precisamente o contrário. Quantas crianças com amigdalite fazem febre e automaticamente é descida com antipiréticos. O resultado é uma amigdalite que não passa, muitas vezes toma antibiótico, volta a tomar e não vai embora. Porquê? Porque o invasor está presente, e o corpo volta a fazer febre e inflamação, para fazer frente ao microrganismo. Se por outro lado, a febre não for descida para temperatura normal, mas se mantiver nos 38 a 38,5º, sem a toma de antipiréticos, esta subida da temperatura vai criar todo um conjunto de alterações fisiológicas que trata o problema. Temos de acreditar mais no corpo, na sua biologia, fomos feitos maravilhosamente.

Quando é necessário recorrer a um médico?
- Em bebés de 0 a 6 meses, quando a temperatura é 38º ou superior.
- Em bebés ou crianças muito pequenas que junto com a febre tenham irritabilidade e choros contínuos.
- Em crianças pequenas até 2 anos, quando a febre dura mais de 2 dias.
- Em crianças pequenas com 3 anos em que a febre dure mais que 3 dias.
- Em bebés e crianças que junto com a febre apresentam sinais de letargia ou dificuldade em ficar acordado.
- Se o bebé ou a criança recusar beber líquidos.
- Se aparecerem manchas na pele ou hematomas.
- Se houver rigidez no pescoço ou dificuldade em mover o pescoço para cima e para baixo.
- Quando junto com a febre surgem sintomas incomuns como dor de cabeça muito forte, dor ou rigidez na parte de trás do pescoço, dificuldade em respirar, dor abdominal, sensibilidade incomum à luz, erupções cutâneas, confusão mental, ou outro sintoma inexplicável.
- Sempre que a criança é pequena e a mãe não se sinta segura com a febre do filho.

Para terminar, quero salientar que a maioria dos estudos defendem que a febre é um mecanismo protetor do corpo para combater infeções, no entanto a parte científica identifica que há uma fobia da febre tanto por parte dos familiares como pela parte dos profissionais de saúde.

POde ver aqui - Tratamento Natural da Febre

Para quem se interessar em tomar uma atitude apoiada pela ciência:
Pode ver o que diz o Jama - Jornal de Medicina sobre a febre





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