terça-feira, 16 de outubro de 2018

A doença é uma perda de Saúde em grau variável.

Hoje trago-vos um tema com uma abordagem diferente daquela que  provavelmente estão habituados a ouvir.
Normalmente ouvimos "sou diabético", "sou hipertenso", "tenho depressão", "sou asmático", "tenho artrite", etc.. tudo isto foi diagnosticado e foi dito há pessoa, e esta aceitou. Muitas vezes oiço as pessoas falar e me passam a ideia de que acham que tem uma coisa palpável, chamada da doença que têm, por exemplo referem-se à diabetes como "eles estão altos".

Mas este paradigma da doença está a mudar na visão de alguns médicos, muitos defendem que não há doenças, só há saúde. Quando existe sintomas ou desequilíbrios no corpo, não são doenças, é falta de saúde, ou diminuição de saúde.
Se todas as células do corpo estiverem a funcionar bem, se todas as células que constituem os órgãos, tecidos estiverem saudáveis, e para isso precisam de receber as condições naturais da vida delas, tudo funciona bem, e se tudo funciona bem, onde fica a doença? Em que espaço? Saúde e doença não competem pelo mesmo espaço, isto não existe. Se olharmos com atenção vemos que só existe saúde e perda de saúde.

O Dr. Juan Gervas, é medico de família espanhol, e é um dos catedráticos  que defendem que as doenças não existem, existem é doentes. Diz que é um assunto do campo filosófico da medicina, o qual muitos dos seus colegas médicos nem querem falar disso, examinam o doente partindo do pressuposto  de que doenças existem, mas Juan Gervas pensa diferente. Dá como exemplo a diabetes, diz que a diabetes de uma determinada pessoa  nada tem haver com a diabetes do seu vizinho, porque cada um tem a sua forma de se comportar, têm os seus sentimentos, a sua alimentação, a sua expetativa positiva ao não em relação aos medicamentos, desta forma, depois de avaliar todos estes fatores de vida, a diabetes da Maria não tem nada haver com a diabetes do João. Somos únicos para o bem e para o mal.

Convencionou-se dar um nome a um grupo de sintomas, para que os médicos identificassem com maior facilidade o problema da pessoa, mas esse nome fica muito aquém do problema da pessoa.

Esta abordagem de " não há doença, só há perda de saúde" não é nova.

No inicio do seculo passado Lezaeta, um naturopata chileno já defendia este conceito. Dizia que Saúde é a normalidade funcional do organismo e que doença é manifestação de falta de saúde ou de desarranjo funcional.

Porquê que é importante perceber isto?
Porque se doença é perda de saúde em grau variável, se doenças não existem, então as doenças não se curam, elas desaparecem com o restabelecimento da saúde. E aqui está uma nova ideia, uma nova abordagem. Porquê?
Tudo se faz para ir contra a doença, luta-se contra a doença, vai-se com todas as armas possíveis, mas talvez o caminho para "as curas" não seja no foco da doença, mas no foco da saúde.
Por exemplo, você tem tensão alta, não tem nenhuma doença, tem uma diminuição do funcionamento normal das suas artérias, ou tem diminuição do funcionamento de algum sistema do seu corpo que leva a esse mecanismo de compensação chamado tensão alta, mas não tem uma doença, uma "coisa" chamada hipertensão, porque no momento que decidir e tudo fizer para aumentar a saúde, normaliza a causa e deixa de ter tensão alta. 

Ilustradamente podemos comparar a relação dos termos de saúde/doença com luz/escuridão. A escuridão não existe, fica escuro e a escuridão manifesta-se, mas é sempre porque a luz se ausentou, ela como entidade própria não existe.

Também nas medicinas mais antigas como a medicina tradicional chinesa, o principal foco não era ir contra a doença, mas restabelecer os fluxos de energia vital responsáveis pela manutenção da saúde.

Porquê toda esta conversa, que interesse tem?

Se a sua atitude for de "Eu sou asmático" ou " eu sou diabético", você já aceitou, já diz que é, a partir daqui tem uma postura de aceitação e passa ao grande grupo dos doentes crónicos com medicamentos para toda a vida, e muitas vezes até acredita que não sobrevivia sem eles.
Não estou a ir contra medicamento nenhum, se eles existem é porque há lugar para eles, quero é chamar atenção de você, de que pode haver outro caminho, com atitudes como: "tive falta de ar" ou "tenho minha glicemia alta", o que posso fazer para restaurar a minha saúde, ver o que posso fazer para ajudar o meu corpo a se restabelecer, se algo me desequilibrou, algo me equilibra, e focar na saúde, perceber que o normal é a saúde.

Restabelecer a Saúde, curar, inicialmente dá trabalho, mas a recompensa é muito grande, e em todos os níveis, tanto físicos como psicológicos. Não há equilíbrio psíquico e emocional sem equilíbrio físico, as coisas estão muito interligadas, somos muito mente-corpo e corpo-mente.

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