Neste poste falei sobre
deficiências nutricionais e como elas nos desequilibram e provocam doenças. Meu
objetivo era levar as pessoas a escolher
melhor os alimentos, de acordo com suas necessidades, a esforçarem-se em ter
uma melhor digestão e absorção de forma
a terem corpos bem nutridos e saudáveis.
Quando se fala em deficiências nutricionais muitas pessoas pensam em suplementos, mas uma coisa pouco tem haver com a outra.
Todos os que querem uma
saúde melhor, mais perto do natural sabem que é preferível consumir alimentos
inteiros em vez de refinados, então porque esta regra havia de mudar quando
falamos em vitaminas ou outros
suplementos?
Super-alimentos são diferentes de suplementos
Existem os
super-alimentos, como a spirulina, o pólen, a chlorela, a maca, a levedura de
cerveja, gérmen de trigo, e tantos outros que se vendem e que se tomam como
suplementos, mas no fundo são suplementos alimentares no sentido que são
inteiros, são alimentos inteiros concentrados. As vitaminas e minerais
existentes nestes suplementos não estão isoladas e nem são sintéticas. Em vez
disso são estruturas altamente complexas que abarcam uma variedade de
vitaminas, minerais, enzimas, coenzimas, oligoelementos e outros fatores
desconhecidos que trabalham em conjunto de forma sinérgica, para permitir que a
"informação" desse suplemento/alimento faça as suas ações no corpo.
Estes super alimentos são
muito diferentes dos nutrientes sintéticos, que não são naturais, pois nunca
foram encontrados na Natureza, são nutrientes isolados e formulados
quimicamente, o que provavelmente funciona no nosso corpo como um produto
químico.
Repare, a Natureza não produz nenhum nutriente isolado, tudo vem misturado de uma forma especifica, o que mostra que para um nutriente funcionar bem dentro do nosso corpo ele precisa de todas as outras partes que estão naturalmente presentes nos alimentos.
Há quem defenda que o seu
corpo trata esses nutrientes isolados e sintéticos como xenobioticos, ou seja
substâncias estranhas e tenta ver-se livre delas.
No entanto, também temos
de olhar os casos que melhoram com alguns suplementos, é o caso das gorduras
ómega 3, dos próbioticos, a vitamina D para quem não apanha sol, e Coenzima Q10
para quem toma Estatinas (medicamento para baixar o colesterol). A eficácia
destes suplementos dependem sempre da qualidade do produto.
A teoria Ortomolecular
Oiço muitas vezes que, nos
dias de hoje não é possível ter uma saúde plena, se não tomarmos suplementos, isto
porque há um esgotamento do solo, há um exagero de consumo de alimentos
industrializados que são vazios nutricionalmente, e há um estilo de vida
stressante que consome muitas vitaminas e minerais. Quem defende a teoria
ortomolecular argumenta que devemos ajudar nosso corpo com substâncias que são
necessárias e que os recetores na superfície das nossas células tanto recebem
uma vitamina natural como uma sintética. Embora falte fundamentação científica,
esta teoria foi aceite e vivemos uma época de suplementos de vitaminas
sintéticas, e muitas pessoas estão a tomar como único meio para prevenir
deficiências nutricionais, pois acreditam que estas compensam os maus e pobres
hábitos alimentares. Mas, será?
A frase de Hipócrates que
tantas pessoas referem diz que " teu alimento seja o teu medicamento"
é diferente de "teus suplementos sintéticos sejam os teus
medicamentos".
Vitamina C
Toda a gente já ouviu
falar dos benefícios da vitamina C, ou melhor do ácido ascórbico, em teoria
parece ajudar a promover uma boa saúde, mas o que é ótimo na teoria nem sempre
é tão grande na realidade.
A vitamina C natural
contida no limão ou na laranja vem num "pacote" associada a outras
substancias como bioflavonoides, fator J, fator K, Fator P, tirosinase,
ascorbinogen e ácido ascórbico, a vitamina C para ser absorvida e fazer a sua
função no nosso organismo precisa de todos estes co-fatores. Os suplementos
de Vitamina C ou ácido ascórbico
sintético não são iguais à Natureza, então o corpo para usar a formula
sintética tem de ir buscar às reservas dos tecidos corporais todos esses
componentes para fazer uso dela. Poderá sentir-se bem por um tempo, mas quando
se esgotarem nada feito.
Um artigo no American Journal of Clinical Nutrition (Vol. 87, No. 1, 142-149, janeiro de 2008) mostrou que tomar o suplemento de Vitamina C prejudicava os músculos, pois comprometia a função mitocondrial e inibia as enzimas antioxidantes do corpo como o superóxido Dismutase (SOD) e o peróxido de glutationa, o que diminuía o sistema imunológico do corpo, reduzindo a capacidade de fazer frente a infeções. Neste caso, em vez de ser um antioxidante benéfico, o suplemento de vitamina C mostrou funcionar como um pró-oxidante adverso.
Vejamos, os humanos não podem produzir vitamina C, então devem ingeri-la, mas o ser humano depende de uma alimentação baseada particularmente em frutas e vegetais que são excelentes fontes de vitamina C, a biologia humana não aceita vitaminas sintéticas, o que faz todo o sentido, visto que o designe da vitamina C natural é diferente da vitamina C sintética, e o mesmo se passa com as outras vitaminas ou minerais.
Conclusão
Precisamos de nutrientes,
eles exercem funções no corpo que tratam os nossos desequilíbrios físicos.
Precisamos de nutrientes para andar, correr, pensar e para tudo o mais que
temos consciência. Nutriente não é suplemento, nutriente vem da Terra, tem que
ter energia para fazer acontecer.
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