quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Manuel Lezaeta – um Naturopata-Higienista


“Decorria o ano de 1899 quando entrei na Escola de Medicina da Universidade do Chile, dirigida então pelo Dr. Polhamer. Entre outros recordo os meus mestres David Benavente de Anatomia, Dr. Adeodato Garcia Valenzuela, de Química e Dr. Anrique de Física e os meus condiscípulos, depois eminentes médicos, Drs. Vargas Salcedo, Diaz Lira, Guilglioto, etc.

Vitima das chamadas doenças sociais, vi-me obrigado a interromper os meus estudos médicos, os quais não recomecei depois em virtude de reconhecer o fracasso da medicina para restabelecer a Saúde.

Durante alguns anos, fui tratado por professores e especialistas de Santiago, com tratamentos dispendiosos, que só conseguiram agravar as minhas doenças, que foram complicando de ano para ano.
Perante tanto fracasso da chamada ciência médica, dei-me por vencido no meu desígnio de libertar-me dos meus males, que me faziam a vida intolerável e resignei-me em morrer em breve prazo.

Fugindo de mim mesmo, cheguei num verão a uma povoação do Sul do Chile e, na véspera do meu regresso à capital, um monge capuchinho tropeçou comigo à saída do hotel onde estava hospedado e, olhando-me fixamente, interrogou-me: - Vieste para me ver?
- Não, padre. Respondi.
- Anda à minha consulta, porque estás muito doente. Continuou ele.

Era o padre Tadeo. 
Sem o procurar, a Divina Providencia punha-o no meu caminho para me salvar a vida.
Abatendo o orgulho profissional que aos alunos se impõem na Escola de Medicina, apresentei-me à consulta do Padre Tadeo, o qual observando a minha garganta, me disse: - Dá graças a Deus de estar aqui, porque estás tão doente que, se não seguires o meu tratamento, vais morrer em breve.

Apesar de compreender a grande verdade desta sentença e, sentindo que cada noite que se aproximava era a ultima da minha vida, manifestei-lhe que tinha em meu poder, atestados médicos dos meus professores que comprovavam a ausência de micróbios da infecção sifilítica no meu organismo e que agora era apenas uma vitima de neurastenia.
- Enganaste tu e enganam-se os médicos, a doença está no teu sangue. Respondeu-me o padre.

Recebi a “receita” que prescrevia passeios descalços pelo orvalho da relva ao nascer do Sol, fricções de água fria a determinadas horas, enfaixamentos húmidos em todo o corpo, alternando com banhos de vapor de caixa, excursões com subida de montanhas, etc. etc.
Ainda que parecesse difícil que com estas praticas pudesse recuperar a minha Saúde perdida, submeti-me a elas com pontualidade.

Antes de quinze dias de aplicação deste tratamento, abriu-se-me um horizonte de felicidade e bem-estar desconhecidos, mas ao mesmo tempo aparecia um abundante fluxo uretral que os médicos me haviam “curado” anteriormente, impedindo a sua expulsão do corpo e obrigando este a reter essas matérias corrompidas que me causaram inflamação prostática, aperto da uretra e até retenção de urina. Também se me incharam os gânglios das virilhas, axilas e pescoço, aparecendo também erupções e chagas em todo o corpo.
Com estes sintomas voltei à consulta e disse-lhe:
- Estou apodrecido Padre, veja o que se passa…
- Estás salvo, agora vais expulsar a doença que os médicos lançaram no teu sangue. Foi esta a resposta.

Durante mais de um ano estive eliminando pus pela uretra, chagas e abcessos, sem notar qualquer complicação e sentindo cada dia a felicidade de viver nunca antes conhecida, pela qual dou graças a Deus, conservando-a até à data com 74 anos de idade.
Ante a eloquência destes factos, compreendi que as drogas eram incapazes de devolver a Saúde perdida e que esta só podia manter-se e recuperar-se mediante a acção dos agentes vitais que oferece a Natureza, como o ar, a luz, o sol, água fria, a terra, as frutas e os vegetais crus.

Tomei então a resolução de dedicar a minha vida inteira ao estudo, pratica e difusão da verdade no que respeita à Saúde, a qual providencialmente tinha chegado a conhecer à margem da medicina facultativa.
Durante nove anos segui a seu lado o sábio ensino e as práticas do Padre Tadeo Wisent. Tendo este sábio capuchinho alemão abandonado o Chile para ir curar leprosos na Colômbia, dediquei-me a estudar as obras de seus mestres, especialmente a celebre cura de Monsenhor Sebastião Kneipp.” 
Copiado do livro de Lezaeta

Sem comentários:

Enviar um comentário