Hoje trago-vos um tema com
uma abordagem diferente daquela que provavelmente
estão habituados a ouvir.
Normalmente ouvimos "sou diabético", "sou hipertenso", "tenho depressão",
"sou asmático", "tenho artrite", etc.. tudo isto foi
diagnosticado e foi dito há pessoa, e esta aceitou. Muitas vezes oiço as
pessoas falar e me passam a ideia de que acham que tem uma coisa palpável,
chamada da doença que têm, por exemplo referem-se à diabetes como "eles
estão altos".
Mas este paradigma da
doença está a mudar na visão de alguns médicos, muitos defendem que não há
doenças, só há saúde. Quando existe sintomas ou desequilíbrios no corpo, não
são doenças, é falta de saúde, ou diminuição de saúde.
Se todas as células do
corpo estiverem a funcionar bem, se todas as células que constituem os órgãos,
tecidos estiverem saudáveis, e para isso precisam de receber as condições
naturais da vida delas, tudo funciona bem, e se tudo funciona bem, onde fica a
doença? Em que espaço? Saúde e doença não competem pelo mesmo espaço, isto não
existe. Se olharmos com atenção vemos que só existe saúde e perda de saúde.
O Dr. Juan
Gervas, é medico de família espanhol, e é um dos catedráticos que
defendem que as doenças não existem, existem é doentes. Diz que é um assunto do
campo filosófico da medicina, o qual muitos dos seus colegas médicos nem querem
falar disso, examinam o doente partindo do pressuposto de que doenças
existem, mas Juan Gervas pensa diferente. Dá como exemplo a diabetes, diz que a
diabetes de uma determinada pessoa nada tem haver com a diabetes do seu
vizinho, porque cada um tem a sua forma de se comportar, têm os seus
sentimentos, a sua alimentação, a sua expetativa positiva ao não em relação aos
medicamentos, desta forma, depois de avaliar todos estes fatores de vida, a
diabetes da Maria não tem nada haver com a diabetes do João. Somos únicos para o
bem e para o mal.
Convencionou-se
dar um nome a um grupo de sintomas, para que os médicos identificassem com
maior facilidade o problema da pessoa, mas esse nome fica muito aquém do
problema da pessoa.
Esta abordagem de "
não há doença, só há perda de saúde" não é nova.
No inicio do seculo
passado Lezaeta, um naturopata chileno já defendia este conceito. Dizia que
Saúde é a normalidade funcional do organismo e que doença é manifestação de
falta de saúde ou de desarranjo funcional.
Porquê que é importante perceber
isto?
Porque se doença é perda
de saúde em grau variável, se doenças não existem, então as doenças não se curam, elas
desaparecem com o restabelecimento da saúde. E aqui está uma nova ideia, uma
nova abordagem. Porquê?
Tudo se faz para ir contra
a doença, luta-se contra a doença, vai-se com todas as armas possíveis, mas
talvez o caminho para "as curas" não seja no foco da doença, mas no
foco da saúde.
Por exemplo, você tem
tensão alta, não tem nenhuma doença, tem uma diminuição do funcionamento normal
das suas artérias, ou tem diminuição do funcionamento de algum sistema do seu
corpo que leva a esse mecanismo de compensação chamado tensão alta, mas não tem
uma doença, uma "coisa" chamada hipertensão, porque no momento que
decidir e tudo fizer para aumentar a saúde, normaliza a causa e deixa de ter tensão alta.
Ilustradamente podemos
comparar a relação dos termos de saúde/doença com luz/escuridão. A escuridão
não existe, fica escuro e a escuridão manifesta-se, mas é sempre porque a luz
se ausentou, ela como entidade própria não existe.
Também nas medicinas mais
antigas como a medicina tradicional chinesa, o principal foco não era ir contra
a doença, mas restabelecer os fluxos de energia vital responsáveis pela manutenção
da saúde.
Porquê toda esta conversa,
que interesse tem?
Se a sua atitude for de
"Eu sou asmático" ou " eu sou diabético", você já aceitou,
já diz que é, a partir daqui tem uma postura de aceitação e passa ao grande
grupo dos doentes crónicos com medicamentos para toda a vida, e muitas vezes
até acredita que não sobrevivia sem eles.
Não estou a ir contra
medicamento nenhum, se eles existem é porque há lugar para eles, quero é chamar
atenção de você, de que pode haver outro caminho, com atitudes como: "tive falta
de ar" ou "tenho minha glicemia alta", o que posso fazer para restaurar a minha saúde, ver o que posso fazer para ajudar o meu corpo a se restabelecer,
se algo me desequilibrou, algo me equilibra, e focar na saúde, perceber que o
normal é a saúde.
Restabelecer a Saúde,
curar, inicialmente dá trabalho, mas a recompensa é muito grande, e em
todos os níveis, tanto físicos como psicológicos. Não há equilíbrio psíquico e
emocional sem equilíbrio físico, as coisas estão muito interligadas, somos
muito mente-corpo e corpo-mente.