A
criança chega da escola sem vontade para brincar, durante a noite surge febre, dores no corpo, alguns têm vómitos ou
diarreias, etc. Os pais desesperam e na melhor das hipóteses telefonam ao
pediatra, na pior dirigem-se ao Hospital.
Na
presença do médico o diagnostico é: VIROSE
Muitos
pais não entendem esta palavra, não acham correta a forma do médico resolver a situação, alguns dizem:
" não fez exames nenhuns, olhou a criança
fez-me três perguntas e soube logo o que o Afonso tinha...acho muito
estranho...viroses.. já da outra vez também foi uma virose...".
Mas, é
isso mesmo, o médico tem razão, não precisa de fazer exames para ele saber que
aqueles sintomas são sinal de uma luta do sistema imunológico da criança contra vírus, como não se sabe qual é o vírus
generaliza-se e chama-se VIROSE.
Fazer
exames para detetar o tipo de vírus, é algo inútil, sem muito sentido, quando
descobrissem qual era o vírus, a criança já estava boa.
Dizer
virose tanto pode significar uma constipação comum como uma diarreia, como uma
febre, depende do local onde o vírus se aloja.
As
viroses e as infeções tendem a surgir mais e com mais frequência nas crianças quando
vão para o berçário ou para a creche, de
repente saem do lar e passam a estar numa sala com outras crianças, num
ambiente muito maior, que na maior parte das vezes de inverno são ambientes
fechados, ou seja ambiente propícios aos vírus e ao contágio.
As
crianças têm o sistema imunológico em formação, também este tem que aprender a
reconhecer os vírus e a forma de elimina-los, quando a criança é amamentada,
vive num ambiente familiar tranquilo, higiénico (sem exageros), junto da família
que podem ser os pais ou os avós, o organismo aprende a reconhecer o ambiente
em volta, assim como os vírus de uma forma mais soft. A criança até pode ter
uma febre, uma inflamaçãozinha, principalmente quando introduz os lácteos, mas
se mamou durante um ano, se tem uma alimentação afastada dos produtos
industrializados , sem açúcar, se tem um
ambiente familiar tranquilo, não vai ter grandes ou sucessivas viroses. Mas se
por outro lado, a criança foi amamentada pouco tempo, aos 5 meses foi para o berçário,
longe daqueles que conhece, está o dia todo em salas com outras crianças, tem
tudo para começar as viroses e os problemas.
O sistema
de defesa da criança pode entrar em contato com vírus, mas como mamou por muito
tempo tem os anticorpos da mãe, que vai ajudar esse mesmo sistema a fazer
frente ao vírus sem produzir nenhum sintoma. Mas quando o sistema de defesa não
tem anticorpos contra aquele vírus e não o consegue vencer, ele toma conta do
problema mas com uma "guerra" - faz febre, ou seja sobe a temperatura do corpo
para matar o vírus e inflama os tecidos onde o vírus se alojou para o poder
eliminar.
Vejamos que a febre e a inflamação não foram
criadas pelo vírus, sim pelo nosso corpo para fazer frente ao vírus, por isso
atenção ao descer muito a febre ou a eliminar rapidamente a inflamação. Tanto a
febre como qualquer inflamação local (garganta, ouvidos, etc.) devem ser
aliviadas de forma a criança não sofrer, mas nunca com grandes exageros tentar
eliminar estes sintomas, que no fundo são de proteção à criança e á espécie
humana. Quando se dá uma virose o sistema imunitário da criança aprende mais
uma lição de como lidar com vírus, numa próxima vez que este mesmo vírus entrar
no organismo, já não há virose, o sistema imunitário já o sabe inativar e desta
forma a criança vai desenvolver aquilo que se chama imunidade adaptativa.
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