quinta-feira, 12 de março de 2015

Quando o médico diz que é uma Virose


A criança chega da escola sem vontade para brincar, durante a noite surge  febre, dores no corpo, alguns têm vómitos ou diarreias, etc. Os pais desesperam e na melhor das hipóteses telefonam ao pediatra, na pior dirigem-se ao Hospital.
Na presença do médico o diagnostico é: VIROSE

Muitos pais não entendem esta palavra, não acham correta a forma  do médico resolver a situação, alguns dizem: " não fez exames nenhuns, olhou  a criança fez-me três perguntas e soube logo o que o Afonso tinha...acho muito estranho...viroses.. já da outra vez também foi uma virose...".
Mas, é isso mesmo, o médico tem razão, não precisa de fazer exames para ele saber que aqueles sintomas são sinal de uma luta do sistema imunológico da criança  contra vírus, como não se sabe qual é o vírus generaliza-se e chama-se  VIROSE.
Fazer exames para detetar o tipo de vírus, é algo inútil, sem muito sentido, quando descobrissem qual era o vírus, a criança já estava boa.
Dizer virose tanto pode significar uma constipação comum como uma diarreia, como uma febre, depende do local onde o vírus se aloja.

As viroses e as infeções tendem a surgir  mais e com mais frequência nas crianças quando vão para o berçário ou para a creche,  de repente saem do lar e passam a estar numa sala com outras crianças, num ambiente muito maior, que na maior parte das vezes de inverno são ambientes fechados, ou seja ambiente propícios aos vírus e ao contágio.

As crianças têm o sistema imunológico em formação, também este tem que aprender a reconhecer os vírus e a forma de elimina-los, quando a criança é amamentada, vive num ambiente familiar tranquilo, higiénico (sem exageros), junto da família que podem ser os pais ou os avós, o organismo aprende a reconhecer o ambiente em volta, assim como os vírus de uma forma mais soft. A criança até pode ter uma febre, uma inflamaçãozinha, principalmente quando introduz os lácteos, mas se mamou durante um ano, se tem uma alimentação afastada dos produtos industrializados , sem açúcar,  se tem um ambiente familiar tranquilo, não vai ter grandes ou sucessivas viroses. Mas se por outro lado, a criança foi amamentada pouco tempo, aos 5 meses foi para o berçário, longe daqueles que conhece, está o dia todo em salas com outras crianças, tem tudo para começar as viroses e os problemas.

O sistema de defesa da criança pode entrar em contato com vírus, mas como mamou por muito tempo tem os anticorpos da mãe, que vai ajudar esse mesmo sistema a fazer frente ao vírus sem produzir nenhum sintoma. Mas quando o sistema de defesa não tem anticorpos contra aquele vírus e não o consegue vencer, ele toma conta do problema mas com uma "guerra" -  faz febre, ou seja sobe a temperatura do corpo para matar o vírus e inflama os tecidos onde o vírus se alojou para o poder eliminar.

 Vejamos que a febre e a inflamação não foram criadas pelo vírus, sim pelo nosso corpo para fazer frente ao vírus, por isso atenção ao descer muito a febre ou a eliminar rapidamente a inflamação. Tanto a febre como qualquer inflamação local (garganta, ouvidos, etc.) devem ser aliviadas de forma a criança não sofrer, mas nunca com grandes exageros tentar eliminar estes sintomas, que no fundo são de proteção à criança e á espécie humana. Quando se dá uma virose o sistema imunitário da criança aprende mais uma lição de como lidar com vírus, numa próxima vez que este mesmo vírus entrar no organismo, já não há virose, o sistema imunitário já o sabe inativar e desta forma a criança vai desenvolver aquilo que se chama imunidade adaptativa.

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