quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Dieta Anti-inflamatória



Quando se fala em abordagem natural, tratamento natural, para mim significa pôr em prática o que for necessário para voltar a colocar o corpo em equilíbrio e assim seguir a vida, o mais confortável possível.

Quando se vai no médico e faz-se exames e mais tarde chega o diagnóstico, ele é normalmente um nome, por exemplo colite ulcerosa, mas o que está por trás desse nome? Inflamação no intestino. Também pode receber o diagnóstico de doença cardiovascular, de arteriosclerose, de artrite, de diabetes tipo 2, etc.. Isto são nomes, a pessoa vem com o nome, que no fundo pouco lhe diz, porque o que significa resumidamente é tudo uma única coisa, mas que acontece em vários locais do corpo que é a Inflamação. A inflamação está por trás de todas as doenças chamadas cronicas.

 Se partirmos do principio, de que a base do problema é a inflamação, penso que fica lógico que devemos tomar ações anti-inflamatórias.
Concorda comigo?
Mas, pode estar perguntar: “ Onde entra a alimentação no processo inflamatório?
O que como pode agravar a inflamação e os sintomas da minha doença? Sim, pode.
Com a minha alimentação posso diminuir os marcadores inflamatórios e os sintomas da minha doença? Pode.

Existem dois tipos de inflamação, podíamos dizer que existe a inflamação aguda e a cronica. A Inflamação Aguda é quando inflamamos a garganta, ou damos um golpe, ou batemos com alguma parte do corpo e a zona fica vermelha, quente e dolorosa. Estes são os sintomas típicos da inflamação aguda. Esta inflamação existe para nossa sobrevivência, porque necessitamos de um determinado nível de resposta inflamatória, porque as reações químicas que compõem a cascata da inflamação produzem substâncias que nos protegem frente a fatores externos e nos ajudam a reparar danos tecidulares.


A inflamação cronica é subclínica, passa despercebida no interior do organismo, e até pode não manifestar-se com nenhum sintoma, mas vai-se desenrolando lentamente e mais tarde se manifesta como cardiopatia, ou processos neuro degenerativos como vários tipos de demência, como esclerose múltipla, problemas de pele como acne e dermatites, problemas articulares como artrite reumatoide, problemas intestinais como a colite ulcerosa, doença de Crohn, cancro, etc.



O tratamento convencional faz uso de medicamentos que cortam o processo inflamatório, mas que não o resolvem, ou suprimem os sintomas da inflamação. Normalmente é receitado analgésicos para cortar a dor, antipiréticos para cortar a febre, anti-inflamatórios para baixar os inchaços e edemas e quando a situação é mais grave, é prescrito outro tipo de fármacos, que o médico deve avaliar entre o “ dar alivio ao doente e o prejudicar a longo prazo.

Se preferir ajudar o corpo no seu desequilíbrio, ajudar a baixar a inflamação, sem ser de uma forma forçada, mas de ajuda e de reequilíbrio, lhe digo que há outros processos não medicamentosos e que a longo prazo tem melhores benefícios sendo uma dessas abordagens a dieta, mais pode ser feito além da dieta, mas não é assunto deste poste.

Dieta Anti-inflamatória
Uma dieta anti-inflamatória, é um programa nutricional desenhado para reduzir a inflamação do organismo, pode ser aconselhado para tratamento de uma doença, ou fazer parte de um estilo de vida saudável.
Eu, pessoalmente tento fazer uma alimentação anti-inflamatória, e quando exponho o meu corpo a outro tipo de alimentos, ele dá sinal, ele comunica comigo com diversos sinais “ eu não quero isto”.

Como a alimentação se reflete no nosso nível de inflamação?
Por 3 mecanismos - a oxidação, o índice glicémico, e a presença de elementos específicos nos alimentos que favorecem ou que reduzem a inflamação.

A oxidação é um processo químico, pelo qual o organismo liberta determinadas substâncias que quando não controladas são altamente reativas e prejudiciais para nós. Quando o corpo não consegue ou não tem os nutrientes necessários para fazer frente a estas substâncias, a inflamação aumenta.

O segundo mecanismo que nos mostra que a alimentação está relacionada com a inflamação, é verificarmos a oscilação que a dieta tem nos níveis de glicose e de insulina no sangue. Muitos pesquisadores e estudos apontam uma relação direta entre alimentos de alta carga glicémica e marcadores do nível de inflamação, um desses marcadores é a proteína C reativa (PCR).
As pessoas com diabetes tipo 2 antes de serem diagnosticadas com o problema apresentam marcadores inflamatórios prévios da doença.

O terceiro mecanismo, tem a ver com substâncias presentes nos alimentos que reduzem ou agravam o problema inflamatório. Não pensemos que colocamos algo na boca e que não vai ter repercussão no nosso corpo, esse alimento vai melhorar ou agravar, nunca fica sem ação.

Então, num prato pomos os alimentos que favorecem a inflamação e noutro os que a diminuem a inflamação.
O que agrava a inflamação são alimentos que têm substâncias, ou moléculas que estão implicadas na cascata da inflamação, como por exemplo:
Gorduras hidrogenadas que estão na esmagadora maioria dos alimentos industrializados, leite de vaca, carne e gordura animal, estes alimentos são pro-inflamatórios pelo seu conteúdo em ómegas 6 e em outros elementos pró-inflamatórios.
Alimentos que sobem o açúcar no sangue, todos os doces e hidratos de carbono refinados, farinha branca, arroz branco, açúcar.
Todos os alimentos que nós ingerimos e que não nos aportam nutrientes para o corpo, todos estes criam toxinas internas que criam como resposta a inflamação.

No outro prato temos os alimentos que nos ajudam a fazer frente a esse desequilíbrio, alimentos que nos ajudam a recuperar a saúde e dessa forma amenizam os sintomas do problema inflamatório em causa.
Deve ser rica em antioxidantes, para proteger frente aos efeitos nocivos da oxidação.
Essa dieta deve-se traduzir numa dieta de cores, o prato tem de ter cor.
As cores procedem dos pigmentos vegetais e estes são ricos em antioxidantes, por exemplo o licopeno que dá a cor avermelhada aos morangos e à melancia, tomate, pimento vermelho; os carotenoides que dão a cor laranja à abobora, à cenoura e às próprias laranjas; o amarelo da luteína derivada das maças; o verde que é aportado pela clorofila presente nas folhas verdes, como brócolos, espinafres, salsa, couve, etc.
A cor roxa, rica em antioxidantes apoiados pelas antocianinas, pela pele da beringela, amoras, alface roxa e repolho roxo.
Também são alimentos antioxidantes os que são ricos em selénio, como os cereais integrais, sementes e frutos secos.
Temos alguns componentes anti-inflamatórios como a curcumina, assim como a noz-moscada, como os ómegas 3, que mostram ter um efeito muito benéfico na regulação da inflamação.
Uma boa fonte de ómega 3 é o peixe, peixe selvagem de águas frias e pequenos, deve-se evitar o peixe de aquacultura porque foi alimentado com milho que é rico em ómega 6. Podemos comer uma vez por semana, não há necessidade de todos os dias.
Outra fonte rica em gorduras saudáveis e necessárias são as sementes de linhaça, de chia, de cânhamo, frutos secos e nozes.
São fontes de ómega 3 sementes de linhaça, cânhamo, verduras de folha verde, e frutos secos especialmente as nozes.
Tentar comer sempre alimentos de índice glicémico medio ou baixo.

Pode parecer muito trabalhoso, mas se cada dia mudar uma pequena coisa, no final do mês já fez muito, e no final do ano, o estado da sua saúde é outra. Só você pode fazer pelo seu corpo, não se iluda com remédios, eles remedeiam, mas e a longo prazo?
Pesquise, leia, toda a informação está disponível, as mudanças só são reais e duradouras quando nossa mente sabe e está certa do que está a fazer. Se outros conseguiram, você também consegue.


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