O Alzheimer é um
estado perturbador, ninguém quer perder a memória, o
pensamento ou o raciocínio. Assusta pensar que na ultima etapa da vida, vamos estar
totalmente dependente de outros, sem saber quem somos.
Não chamo de
doença, prefiro dizer que é um estado, que pode ser prevenido ou curado. A Esperança da cura do Alzheimer é nos dada por um neurocientista e neurologista Americano o Dr. Dale
E. Bredesen que desenvolveu um programa que tem implementado nos seus pacientes
com excelentes resultados.
O tratamento é um protocolo que atribuiu
chamar de RECODE ( Reversal of Cognitive Decline).
Toda a explicação
e o protocolo está escrito num livro “ O fim do Alzheimer” editado em Portugal
e também no Brasil.
No livro conta a
historia de Kristin, uma paciente que
segue o seu Protocolo REcode há Cinco anos e aos 73, mantém-se cognitivamente saudável,
trabalha a tempo inteiro e viaja pelo
mundo. Mas, quando chegou ao consultório de Dale E. Bredesen já se perdia
quando conduzia na autoestrada, trocava nomes, entre outros sinais de demência.
Além disso estava assustada porque tinha visto o mesmo acontecer à sua mãe.
As causas do Alzheimer apontadas pelo cientista
O neurocientista
passou muitos anos a estudar esta “doença” e vem refutar aquilo que até então
se acreditava, que de uma forma resumida era que o cérebro deixava de funcionar
como devia, por uma acumulação de placas amiloide.
Mas, como sempre o
corpo tem razão, e descobriu-se que estas placas amiloides presentes na
doença de Alzheimer é uma proteção do cérebro, que a inteligência do corpo cria
para fazer frente a três ameaças metabólicas e toxicas como:
- Inflamação - que
pode vir de infeções, de uma alimentação inflamatória, onde a pessoa ingere
alimentos que cria substâncias inflamatórias.
- Escassez de
nutrientes, de hormonas e de outras substâncias de suporte ao cérebro - estamos
alimentados, mas muitas vezes desnutridos, e esse quadro acontece muito na terceira
idade, onde a maior parte das pessoas tomam omeoprazol e deixam de fazer uma digestão
adequada, o que a longo prazo vai desnutrir a pessoa. Pode ver o estudo aqui.
- A presença de
substâncias tóxicas como metais ou biotoxinas - Nossa alimentação atual contém
muitos metais pesados devido aos pesticidas, por isso temos toda a vantagem em
ir introduzindo cada vez mais alimentos biológicos. Sem ser os alimentos de
feira que compro a produtores locais, grande parte dos cereais, feijões ou sementes, compro biológico. Encontra-se cada vez mais oferta no supermercado Aldi, devido a políticas
do Norte da Europa, onde há uma procura e uma consciência da importância a
estes alimentos, e porque há mais oferta, os preços estão competitivos. Também há que ter em conta as toxinas e os metais pesados
presentes nos detergentes e nos produtos de limpeza, que se introduzem no nosso
corpo através da pele e da respiração. Os produtos de beleza, como champôs, sabonetes,
hidratantes, batons, e uma lista interminavel de produtos semelhantes são tóxicos, essencialmente
os desodorizantes que contêm um metal que está presente precisamente no cérebro
das pessoas com Alzheimer, que é o alumínio.
O problema agrava-se
com os anos, porque as ameaças ao corpo citadas acima, são constantes e intensas, o que dá
origem a que nosso corpo se defenda, e esta luta entre ameaça e defesa cria alterações, neste caso específico nas células
cerebrais.
O Dr. Dale Bredesen
é bem direto, a pessoa pode reverter o Alzheimer, para isso tem de remover todos
os fatores que o causam e que foram referenciados acima.
Os
três tipos de Alzheimer
Dale Bredesen
conseguiu individualizar três tipos de Alzheimer, aos quais designou por:
- Quente ou inflamatório
- Frio ou atrófico
- Tóxico
A linguagem parece
estranha, mas é muito empregue nas Medicinas Tradicionais, como a Medicina
Chinesa, onde toda a doença é um desequilíbrio instalado em determinados
tecidos por excesso ou deficiência, por quente ou frio, pelo desequilíbrio de yin/yang, e também pela presença
de toxicidade.
Segundo o
neurologista é necessário equilibrar a bioquímica do paciente, para isso tem
que se perceber qual do três tipos de Alzheimer a pessoa manifesta, para poder
iniciar um programa, ou seja um estilo de vida personalizado.
10
Formas de prevenir e regredir o Alzheimer
O programa RECODE
é diferente para cada pessoa, mas há 10 formas comuns e que qualquer pessoa
pode fazer uso para prevenir ou até mesmo reverter o declínio cognitivo.
1. Evitar a
resistência à insulina
Está muito
associada à alimentação rica em hidratos de carbono simples como o açúcar, a
farinha branca e todos os cereais refinados, assim como um estilo de vida
sedentário e stressante. Pessoas com diabetes tipo 2 tem grandes probabilidades
em desenvolver demência.
2. Seguir a dieta
ketoflex
É uma dieta que
tem na sua base vegetais, verduras, legumes não amiláceos de várias cores. Pode
consumir peixe e carne, mas estes não devem exceder os 60 g por dia. O jejum
deve durar 12 horas e devem evitar-se hidratos de carbono simples, gorduras
saturadas, glúten e laticínios o mais possível. Aposte nos alimentos ricos em
fibra, nas gorduras boas como os frutos
secos, abacate, sementes, azeite, etc. e nos pré-bióticos e pró-bióticos.
3. Fazer exercício
físico
Ser sedentário
prejudica a função cognitiva, por isso, praticar desporto é fundamental. O
exercício físico reduz a resistência à insulina, que desempenha um papel-chave
na doença de Alzheimer.
Além disso, aumenta
o tamanho do hipocampo, uma zona cerebral que costuma diminuir nos doentes com
Alzheimer. O exercício também reduz o stresse, melhora o sono, o humor e a
probabilidade de sobrevivência de neurónios recém-nascidos.
4. Dormir bem
É fundamental para
reverter o declínio cognitivo. Tente dormir oito horas por dia sem recorrer a
comprimidos, que também comprometem a função cognitiva.
Mantenha o quarto
o mais escuro e tranquilo possível, desligue os aparelhos eletrónicos,
descomprima antes de dormir, deite-se antes da meia-noite, não ingira
estimulantes depois do início da tarde, evite as refeições pesadas e
mantenha-se hidratado.
5. Diminuir situações stressantes
O stress aumenta
os níveis de cortisol, que em níveis elevados, é tóxico para o cérebro. Além
disso, contribui para a subida dos níveis de glicose no sangue, para o aumento
da gordura corporal, para a obesidade e para as doenças cardiovasculares, todos
fatores que aumentam o risco de declínio cognitivo.
Meditação, ioga,
respirar pelo diafragma de forma profunda, fazer massagens e ouvir música são
atividades que reduzem o stresse.
6. Treinar o
cérebro
Existem vários
programas para treinar o cérebro, pode aprender outra língua, ler sobre
assuntos que interessem, ter atividades que exijam trabalho de raciocino e memorização ao cérebro.
7. Reduzir a
inflamação
Esta atua
diretamente nos mecanismos da doença de Alzheimer e no declínio cognitivo,
portanto é preciso curar a inflamação, evitando as suas causas, como maus
hábitos alimentares e infeções crónicas. A canela, o gengibre, o alho, o
tomilho e os legumes de folha verde são anti-inflamatórios poderosos.
8. Tratar o
aparelho digestivo
Se o fizer, vai
reduzir a inflamação sistémica, melhorar a absorção de nutrientes e reforçar as
respostas imunitárias. O açúcar, alimentos com organismos geneticamente
modificados, álcool, antibióticos, anti-inflamatórios, stresse, pesticidas,
herbicidas e glúten, para quem é alérgico ou intolerante, desencadeiam
problemas no intestino.
9. Equilibrar as
hormonas
Alcançar os níveis
hormonais ideais é fundamental e para isso fale com o seu médico. A
homocisteína é uma das mais importantes e a sua normalização consegue-se com a
toma de vitamina B6, B12 e ácido fólico.
10. Eliminar
toxinas
Estas contribuem
para o declínio cognitivo, portanto é importante livrar-se delas. As crucíferas,
o abacate, a alcachofra, a beterraba, o gengibre, a toranja, as algas e o
azeite são bons alimentos para ajudar a eliminar toxinas, tal como ir à sauna.
Por sua vez, os bolores, o mercúrio presente nos peixes, alimentos processados
e não biológicos, medicação, álcool e cosméticos contribuem para acumularmos
toxinas.
Atualmente,
Bredesen está a treinar cerca de mil médicos e profissionais de saúde de dez
países para que mais pessoas possam receber este tratamento. No entanto, há uma
parte da comunidade médica que ainda não aceita este protocolo. Preferem
continuar com a medicação que já sabem não funcionar, atrasam um pouco a
regressão da doença, mas não resolvem o problema e depressa os doentes voltam a
piorar”, sublinha o neurocientista.
Dale E. Bredesen
deseja que no futuro “todos os países adotem este método para prevenir a
doença. Não é difícil e poderá reduzir os elevados custos da demência em muitos
deles”